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Pandemia Publicitária


Outro dia uma amiga me perguntou: - você não acha que toda propaganda nesses tempos soa meio...ofensiva?

"Coopere também, fique em casa" dizia a cooperativa, "faça receitas em casa com a nossa maionese" dizia outra . Me pegou no estômago. Não era hora, eu pensava.

Se antes preconizávamos a propaganda agonizando, aquela propaganda "reclame", da interrupção, a propaganda pela propaganda, a propaganda pelo barulho, esta sim, agora está com seu sepultamento definitivo. Sem muito público presente.

Enquanto a sociedade vai redescobrindo os valores da ciência, do bem-estar do vizinho ou de um almoço em família, as empresas vão revirando no fundo de suas gavetas seus valores empoeirados.

Nosso sistema de valores está desequilibrado e um dos problemas básicos dos negócios é que eles não apreenderam o sistema evolucionário da biologia. Esse darwinismo empresarial só viu garras, dentes e sangue. Viu apenas a competição. Não percebeu o nível molecular de cooperação, pois este nível é, simplesmente, sutil demais.

Status quo ante bellum significa literalmente "o estado em que as coisas se encontravam antes da guerra." Utilizada desde o ano 600, significa que ninguém ganha ou perde seus direitos econômicos e políticos. Muitos empresários ainda acreditam nesse estágio. Onde tudo voltará ao que era. Não entenderam que o sentido delas como marca hoje é dialogar, pulsar, serem táteis, olfativas, relevantes e afetivas. Empresas vivem de vendas, mas quando atingem o coração dos seus clientes, é onde o verdadeiro sentido de conexão acontece, conexão essa, que momentos de pandemia como estes, nos arrancam a fórceps.

Como Laerte ilustrou: a ficha, a grande ficha um dia iria cair.


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